
Como já é sabido, o ar-condicionado é usado para resfriar, aquecer ou até mesmo desumidificar os ambientes onde se encontram instalados. Mas já pensou na ideia de um aparelho que resfrie somente os ocupantes, oferecendo o bem-estar necessário e, o melhor disso tudo, economizando energia?
Essa foi a proposta desenvolvida por uma equipe dos Estados Unidos (EUA) e de Cingapura ao criar o “Cold Tube” (Tubo de Frio):
“Geralmente, os aparelhos de ar-condicionado apresentam seu funcionamento resfriando ou aquecendo o ar em seu entorno. Isso os faz uma proposta mais cara e sem fins ecológicos”, afirma Adam Rysanek, da Universidade da Califórnia de Berkeley. Diferentemente, “o Cold Tube absorve o calor transmitido diretamente pela pessoa sem a necessidade de resfriar o ar que propaga por sua pele. Com isso, é possível economizar bastante energia”, assevera Adam.
O tubo compreende um sistema de painéis de formatos retangulares resfriados por água que circula em seu interior. O calor se movimenta através da radiação de uma superfície quente até uma superfície mais fria. Esse processo faz com que exista uma sensação de resfriamento, ainda que a temperatura esteja muito elevada.
E o melhor é que a equipe criadora inovou no sentido da dispensa de um desumidificador de ar. Da mesma forma que um copo com limonada bem gelada condensa a água em um dia quente de verão, o resfriamento da parede e do teto de algum prédio também condessaria a água, sem a necessidade de secar o ar que se encontra ao redor dos painéis.
Além disso, a fim de evitar isso, uma vez que a condensação poderia atrapalhar o trabalho do circuito, existe uma membrana hermética e afastadora de umidade que envolve esses painéis refrigerados. Isso faz com que se evite a condensação e de modo simultâneo possibilita a radiação térmica.
Com isso, a maior vantagem desse sistema é o fato de não secar o ambiente e permitir a utilização em ambientes abertos.
Um protótipo do Cold Tube foi disponibilizado em Cingapura e com convite para as pessoas visitarem os locais e dizerem a experiência. Em um dia com temperatura de 30°c, as pessoas disseram:
E durante o procedimento de teste, os painéis permaneceram muito secos, graças à nova membrana que os recobre. Pelo fato de o Cold Tube permitir que as pessoas se sintam mais frescas e sem secar o ar em ao seu redor, pode-se diminuir cerca de 50% do consumo de energia. O projeto está finalizado e poderá ser usado em muitos ambientes ao ar livre:
Mas o foco principal é adaptação ao ambiente interno, que tenderia usar ar-condicionado central. De tal modo, a equipe pretende disponibilizar o produto no mercado até o ano de 2022.
Cientistas da Universidade de Missouri, nos Estados Unidos (EUA), criaram uma espécie de ar-condicionado de vestir. Ou seja, um tipo de adesivo usado na pele que ajuda no resfriamento.
Segundo os cientistas, o adesivo tem um potencial de resfriamento de até 6°C quando aderido à pele humana. E o melhor disso é que não necessita de nenhum tipo de bateria ou qualquer espécie de alimentação. Em suma, é espécie de ar-condicionado que não precisa de eletricidade.
Esse ar-condicionado fornece refrigeração por meio de um processo denominado “refrigeração radiativa”. Esse resfriamento não se vale da eletricidade pelo fato de que envia o calor para o ambiente externo através de radiação.
“Esse dispositivo permite que reflita a luz solar para longe do corpo humano a fim de minimizar a absorção de calor, do mesmo modo, permite ao corpo dissipar o próprio calor do corpo, possibilitando o resfriamento em cerca de 6 graus Celsius durante o dia”, alerta o professor Zheng Yan.
Essa tecnologia não permite apenas o conforto térmico, mas:
Enfim, permite o uso nos cuidados com a saúde em geral.
O protótipo relaciona-se com espécie de adesivo que é aderido com auxílio de um polímero e água.
Segundo a equipe criadora da tecnologia, haverá versão pronta para uso pessoal em até dois anos. Nesse intervalo de tempo, é estudada também a possibilidade de incluir essa tecnologia em roupas inteligentes:
“Gostaríamos de usar essa tecnologia na produção de roupas inteligentes. Isso vai possibilitar que o resfriamento fosse aplicado em todo corpo humano. Na atualidade, o resfriamento se concentra em apenas uma área do corpo. Com isso, acredita-se que essa tecnologia permita a redução do uso da eletricidade e também da taxa de aquecimento global”, disse o professor Yan.
Com o advento dessas novas tecnologias de redução de consumo energético dos aparelhos de ar-condicionado, cientistas especulam o desenvolvimento de aparelhos que consigam retirar o dióxido de carbono (CO2) e água da atmosfera terrestre.
Essa tecnologia se dará através da captura de carbono por meio de inovação que está em processo de desenvolvimento por empresas, tais como a Climeworks.
Depois de coletados, a água e o CO2 seriam transformados em hidrocarbonetos e utilizados como espécies de combustíveis renováveis. De tal modo, poderia criar um reservatório de petróleo sintético entre os sistemas de ar-condicionado dos locais em que estejam instalados.
A título de exemplo, os cientistas afirmaram que a conversão gerada por todos os aparelhos de ar-condicionado da Fair Tower, em FrankFurt, poderia extrair mais de mil toneladas de dióxido de carbono da atmosfera a cada 60 minutos.
No entanto, esse plano ainda é especulativo e encontra-se em fase teórica. Ou seja, ainda se baseia na hipótese de funcionamento bem-sucedido das diversas tecnologias envolvidas, as quais ainda não podem ser constatadas na prática.
Nesse sentido, ainda que seja uma ideia genial, esta deverá ser bem estudada na prática. Mas afirma-se que não é uma tecnologia distante. Contudo, os cientistas alertam para o fato de que, com o advento dessa tecnologia, as pessoas não se atentem para a necessidade de redução da emissão do dióxido de carbono.
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