
Empreendimentos do gênero tendem a sentir mais o peso de mudanças
A inflação é um fenômeno variável que tende a atingir diversos segmentos econômicos. Consequentemente, pequenos comércios sofrem financeiramente, buscando maneiras para:
Quer saber mais sobre inflação e entender como ela impacto nos pequenos comércios? Continue no nosso artigo.
Especialistas em economia, principalmente os dedicados a analisar e estudar esse fenômeno, podem “prever” momentos de inflação com meses ou anos de antecedência, considerando que isso varia de acordo com as características cada mercado. E, justamente por isso, esse dado é tão complexo.
O impacto da inflação em pequenos comércios, portanto, muda conforme o espaço, tempo e diversos outros fatores. Por isso, para responder à principal pergunta desse artigo, precisamos levar em conta essa imprevisibilidade e observar cenários atuais e concretos.
O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), por exemplo, apresentou dados que mostram que a inflação foi responsável por uma queda de 1,3% no volume de vendas em setembro de 2021 em comparação a agosto do mesmo ano, o maior recuo do período desde o início da série histórica da Pesquisa Mensal de Comércio, iniciada em 2000.
Cristiano Santos, gerente do levantamento, explicou ao InfoMoney que “(…) a inflação, certamente, é o fenômeno.
mais importante” para essa perda, mas que essa não foi um caso isolado.
De acordo com o mesmo relatório, em agosto também foi registrada uma queda, dessa vez de 4,3%. Esse recuo voltaria a ser identificado em outubro e novembro que, somados, acumularam uma diminuição de 5,6% nesses números.
Vale destacar que, mesmo ainda em pandemia, o país tem registrado leves melhoras relacionadas a esse tema, conforme demonstrou a primeira edição de 2022 da Pesquisa Mensal do Comércio. Nela, se formalizou uma melhora, em janeiro, de 0,8%no volume de vendas em relação a dezembro de 2021. Mesmo assim, uma recuperação plena ainda deve demorar.
Diversas justificativas foram estabelecidas por especialistas para explicar esse momento, inclusive pelo SEBRAE. Em outra pesquisa, a entidade constatou que 37% das companhias brasileiras afirmavam que o preço de insumos ou de mercadorias era o principal fator de pressão ao seu negócio na atualidade.
O segundo tópico destacado pelos entrevistados foi a alta dos combustíveis, com 26%, ampliando consideravelmente o debate. Afinal, é indiscutível a dependência brasileira a combustíveis fósseis, o que gera crises frequentes como resultado dessa relação.
Por fim, entre os motivos que mais pressionam pequenos negócios, segundo o SEBRAE, estão os aluguéis, com 14%, e a energia elétrica, com 11%. Ambos tendem a ser analisados como motivadores para outros investimentos, como vendas digitais e fontes de energia renovável, como luz solar.
De qualquer forma, em um cenário que já vem em crise nos últimos anos, é praticamente inimaginável o direcionamento de aplicações a fatores que não garantam a sobrevivência desses espaços.
Apesar de ampla, a crise brasileira, impulsionada pela pandemia e pela ineficiência de gestores públicos, atingiu alguns mercados de maneira mais agressiva, conforme indicou o relatório do SEBRAE.
Segundo a entidade, os setores com maior retração de vendas em janeiro de 2022 em comparação a dezembro de 2021 foram:
Vale destacar que, mesmo antes da pandemia, alguns grupos já registravam um abalo financeiro considerável por diversos motivos, como o setor de livros, jornais, revistas e papelarias. Desde a ascensão da internet no país e com o aumento expressivo do número de usuários, o apego pela “mídia física” dessa categoria caiu, exigindo uma mudança ampla de investidores.
Mesmo assim, esses dados ainda demonstram uma economia frágil, que deve demorar para voltar à normalidade.
Assim como citamos anteriormente, a imprevisibilidade do mercado aliado às mudanças promovidas pela pandemia dificulta uma visão estruturada de futuro, mas alguns setores arriscam prazos embasados em suas realidades e análises pontuais.
Em um material dedicado a esse assunto, a CNN Brasil apresentou um grupo de empreendedores do Rio de Janeiro que já estabelecem um momento para essa virada. De acordo com o texto, os cariocas “(…) acreditam que a economia só voltará ao normal em dezembro de 2022, ou seja, às vésperas de 2023”.
Depois, o portal destaca que “(…) essa percepção vem atrelada ao momento dos pequenos negócios já que 77% alegaram diminuição no faturamento neste período, 10% conseguiram aumentar o faturamento e outros 10% permaneceram com o mesmo rendimento”.
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