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O que mudou no mercado de ares-condicionados durante a pandemia?

Por Summer Cool em | Ar condicionado
O que mudou no mercado de ares-condicionados durante a pandemia?

Impactos da crise sanitária foram sentidos em diversas vertentes desse setor

Seguindo os passos de diversas outras esferas da sociedade, o mercado de ares-condicionados sofreu bastante com a pandemia causada pelo coronavírus. Entre os principais impactos causados por esse momento estão:

  • A desconfiança em relação à segurança desses produtos;
  • A reformulação desse mercado;  
  • A queda do número de vendas.

Quer entender mais sobre esse movimento? Continue no nosso artigo!

Imagem de médico com máscaras e álcool em gel nas mãos

De maneira geral…

A disseminação do coronavírus promoveu efeitos diversos no mercado da refrigeração. Enquanto a demanda por produtos voltados ao armazenamento industrial de mantimentos cresceu, os ares-condicionados passaram a gerar inúmeras preocupações nos consumidores, que associavam os objetos ao espalhamento da enfermidade.

Em 20 de setembro de 2020, o G1 ainda reportava esclarecimentos sobre o tema aos seus leitores. No material, desenvolvido por Mariana Alvim, da BBC News Brasil, a chamada “Covid-19: com risco de contágio, poderemos usar ar-condicionado no verão?” buscava elucidar uma dúvida comum, que poderia influenciar diretamente nos resultados da indústria daquele período.

E isso faz sentido?

Qualquer questionamento relacionado ao colapso sanitário atual é legítimo e, por isso, diversos outros portais se debruçaram sobre esse tema, que frequentemente cresceu com a desinformação. Visando derrubar isso, a Associação Brasileira de Ar-condicionado, Refrigeração, Ventilação e Aquecimento (ABRAVA) usou seu site oficial para apresentar “(…) quatro itens determinantes para que se garanta a qualidade do ar a ser respirado”. Segundo a entidade, esses pontos são os seguintes:

  • Renovação do ar;
  • Filtragem;
  • Controle de temperatura e umidade;
  • Monitoramento da qualidade do ar.

O mesmo artigo ressalta a importância de “(…) intensificar serviços de manutenção preventiva conforma indicado no Plano de Operação, Manutenção e Controle (PMOC)”. Ou seja, aliar todas as recomendações acima garante um uso seguro desses produtos, mesmo durante a pandemia.

Em uma conversa publicada no canal Danfoss Brasil no YouTube, o CEO da Confort Lab, Leonardo Cozac, destacou esse ponto através de um exemplo prático. Ele relembra que “(…) logo cedo saiu um artigo sobre um restaurante que registrou uma transmissão da COVID-19 pelos aparelhos de ar-condicionado em Wuhan, na China(…). Obviamente esse caso é verdadeiro, não há nada de errado. O problema é que o sistema de ar-condicionado desse restaurante estava fora das especificações das normas técnicas”. 

No texto de Mariana Alvim, essa narrativa se completa através de um debate da comunidade científica sobre os aerossóis, que são partículas menores que gotículas de saliva e que também carregam material infeccioso. Esses elementos permanecem no ar por mais tempo e, em alguns casos, viajam distâncias maiores, ponto que fez com que diversos pesquisadores sugerissem que o índice de infecção no caso descrito acima tenha se intensificado pelo uso desses produtos.

No entanto, uma carta aberta escrita por mais de 200 pesquisadores buscou reformular essa explicação. Uma de suas autoras, a professora da Universidade de Tecnologia de Queensland, Lidia Morawska, explicou à BBC News Brasil que outro erro crucial foi cometido pelos administradores do espaço. Segundo ela, “(…) não ter ventilação significa a não retirada de partículas infectadas de ambientes internos. O ar pode ser condicionado – o que significa ser resfriado ou aquecido –, mas uma ventilação eficiente precisa ser garantida”, disse.

Afinal, os consumidores entenderam isso?

Provavelmente não, e isso pode ser demonstrado através de alguns dados. O número de vendas de ares-condicionados residenciais do modelo split hi-wall, por exemplo, chegou a 3,04 milhões em 2020. Apesar de relativamente altos, esses dados representaram uma queda de 5,6% em comparação ao ano anterior. Nesse mesmo recorte, a fabricação desses mesmos produtos diminuiu 19,2%, cenário que começou a mudar apenas no segundo semestre daquele ano.

No entanto, essas informações possuem diversas camadas interpretativas. Afinal, aliada a uma doença transmitida pelo ar, está uma das maiores crises econômicas da atualidade, que atingiu diretamente os bolsos de milhões de pessoas. Apesar disso, conforme esses impactos diminuem, alguns setores puderam iniciar seus processos de recuperação.

As perspectivas para o futuro

Em uma declaração publicada pelo Blog do Frio, o chefe do departamento de economia e estatística da ABRAVA, Guilherme Moreira, desenvolveu algumas comparações entre 2019 e 2020. Segundo ele, “(…) mudanças de hábitos de uma parcela da população, que passou a trabalhar em casa e a estudar remotamente por meio de aulas online, aqueceram a demanda por móveis e eletrodomésticos”, justificando um crescimento de 1,5% desse meio registrado no segundo semestre do ano passado.

Outro ponto que pode colaborar com essa recuperação são as aplicações especiais desses produtos em ambientes como hospitais e laboratórios. Conforme apontou o portal AECweb, os High Efficiency Particulate Air Filter (HEPA), ou filtros de alta eficiência, são a chave dessa utilização, sendo ainda mais seguros que aparelhos convencionais. 

Segundo Guilherme Moreira, todos esses apontamentos podem ser considerados o começo de uma retomada extremamente gradual, visto que “(…) esse movimento tende a continuar em 2021”. Mesmo assim, atingir os mesmos números de 2019, ano em que foram produzidas 3,5 milhões de unidades de evaporadores, ainda deve exigir muitas medidas de reabilitação de mercado.

Summer Cool

Artigo desenvolvido pela equipe de comunicação da Summer Cool Facilities.

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