
Novas tecnologias permitem que esse produto seja ainda mais econômico
Já se passou o tempo em que o ar-condicionado era considerado um dos principais vilões da sustentabilidade. Atualmente, novos conceitos tecnológicos fazem com que esse acessório seja tão econômico quanto pouco agressivo, sendo produzido e utilizado de formas menos hostis ao meio-ambiente.
Os principais pontos que mudaram esses fatores foram:
Quer entender melhor essas características? Continue neste artigo.
As relações entre esses dois elementos químicos foram a chave para a diminuição dos poluentes produzidos por essa categoria. Ambos são encontrados em produtos desse segmento, mas tem impactos diferentes na natureza.
Os clorofluorcarbonos, ou CFCs, são átomos de cloro e flúor ligados a cadeias de carbono. Em meados dos anos 1970 e 1980, esses compostos eram muito utilizados na fabricação de aerossóis, inseticidas e, claro, aparelhos de ar-condicionados.
Porém, apesar das vantagens industriais desse material, pesquisadores concluíram que sua liberação chegava à estratosfera e destruía a camada de ozônio. Essa reação era extremamente perigosa à vida, visto que rompia a faixa que protegia a Terra da radiação ultravioleta do sol.
Por isso, as comunidades científicas e políticas ao redor do mundo se uniram e, através de diversos acordos climáticos, reduziram a produção de CFCs. Como resultado, foi constatada a diminuição do famoso “buraco da camada de ozônio”, que tem ficado quase um por cento menor a cada ano.
Os hidrofluorcarbonetos, ou HFCs, por sua vez, são átomos de hidrogênio e flúor ligados a cadeias de carbono. Após a detecção dos malefícios causados pelos CFCs, o composto passou a ser utilizado como um substituto menos agressivo ao meio-ambiente.
Porém, mesmo possuindo uma superioridade notável, o material ainda não pode ser considerado perfeito. Apesar de serem menos prejudiciais, os HFCs ainda se acumulam na atmosfera e contribuem com o efeito estufa. Mesmo assim, são bem menos agressivos e, por hora, são a melhor alternativa para esse problema.
Em entrevista ao UOL publicada em outubro de 2020, Roberto Peixoto, professor de engenharia mecânica do Instituto Mauá de Tecnologia, falou sobre o uso inconsequente do ar-condicionado no Brasil. Segundo ele, uma residência média que não se preocupa com medidas de redução de consumo pode aumentar a conta de energia elétrica mensal em até 50%.
Países de primeiro mundo tendem a ser ainda mais irresponsáveis nesse quesito. Um estudo divulgado em 2012 pela Escola de Engenharia da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, ilustrou essa situação. Segundo os dados apresentados, apenas o centro de Manhattan consumiu mais energia que o Quênia, na África, que possui uma extensão quase dez vezes maior que a da região.
Esses números podem indicar que o problema não são os produtos em si, e sim o uso imprudente por parte dos consumidores. Desde a invenção desse equipamento até os dias atuais, muitos pontos foram aprimorados através da evolução tecnológica, porém, o gasto de energia só aumentou.
Por isso, para diminuir esse
impacto ecológico, não basta, apenas, que cada indivíduo faça sua parte. Um
passo ainda maior precisa ser dado por pessoas que não estão no começo nem no
fim da linha de produção e consumo.
Pouco adianta criar um ar-condicionado extremamente ecológico se, para que ele funcione, seja preciso utilizar fontes de energia poluentes. Por isso, entidades governamentais devem trabalhar para que toda, ou boa parte, da energia consumida pelas nações seja limpa.
Desde incentivar a utilização de painéis solares até investir em energia eólica, muitos caminhos podem ser seguidos para que o consumo, por mais que continue alto, seja menos nocivo à natureza.
Por fim, um dos maiores problemas a serem combatidos nesse momento é o do descarte irresponsável, seja por parte de pessoas físicas ou jurídicas. O impacto ambiental de realizar essa ação da maneira incorreta pode ser muito prejudicial.
Um relatório divulgado pela Plataforma para Aceleração da Economia Circular (PAEC) em parceria com a Coalizão das Nações Unidas Sobre Lixo Eletrônico colocou o Brasil no topo dos maiores produtores de lixo eletrônico na América Latina, com 1,5 milhão de toneladas por ano. A estimativa do valor de produção desses materiais no mundo supera os 60 bilhões de dólares no mesmo período, quantia equivalente ao PIB de diversos países subdesenvolvidos.
A reciclagem surge como alternativa para esse consumismo desenfreado, mas não consegue atingir nem um décimo do que é produzido por aqui. Por isso, é importante saber como fazer a sua parte caso você queira usar modelos de ares-condicionados mais modernos e precise, seja por qual for o motivo, jogar seu produto fora.
Por conta dos materiais em sua composição, aterros e lixões jamais devem ser considerados como locais adequados para o descarte de ares-condicionados. Produtos desse tipo demoram anos para se decompor e, em ambientes como esses, atrapalham ainda mais esse processo em outros objetos.
A reciclagem de ares-condicionados pode ser feita de diversas maneiras, inclusive através de doações. Se você tem um aparelho funcional e deseja realizar uma troca, procure por interessados na reutilização. Caso não consiga uma revenda ou considere, desde o princípio, realizar uma ação social, Organizações Não Governamentais (ONGs) e entidades de causas sociais podem aceitar como presente.
Em um cenário mais irreparável, em que o produto não tenha conserto, a venda para empresas especializadas pode ser a solução. Companhias que trabalham com reparos utilizam peças antigas para manutenções. Existem serviços que, inclusive, oferecem o descarte a domicílio, ideal para tempos de pandemia.
Por isso, é muito importante pesquisar e conhecer os locais mais aptos a realizar essas ações na sua região. Além disso, como você pôde ler, outras ações podem servir para otimizar a utilização do seu aparelho enquanto economiza ainda mais, ampliando o conforto gerado por esses objetos no seu ambiente favorito até o seu próprio bolso.
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